Crianças e adolescentes nas ruas, sob riscos
Planejar o futuro de uma cidade, estado ou nação sem desenvolver políticas públicas que possam aplacar a falta de perspectiva de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, é inútil.
O quantitativo de pessoas em situação de rua na ilha de Vitória cresce, e com ele o número de crianças e adolescentes. Inclusive com a explosão do consumo de crack e outras drogas, principalmente no centro da cidade.
A situação de retrocesso e agravemento desse problema em Vitoria faz acender a luz de alerta, já que o futuro dessas pessoas e de moradores locais, está ameaçado.
Evasão escolar, ociosidade, uso de drogas, violência, iniciação sexual precoce e práticas sexuais arriscadas, são algumas das situações que interrompem a trajetória de crianças e adolescentes, que compõem essas parcelas menos favorecidas da sociedade, desperdiçando seus potenciais.
É consenso entre profissionais como assistentes sociais e professores, diariamente em contato com essa realidade de abandono, que o conflito familiar é a causa mais recorrente, quando falamos de jovens em situação de rua, seguida pela dependência química. O fator sazonal deve ser considerado, pois há casos de jovens que vivem entre o lar e a rua, indo determinadas épocas para locais específicos. Agora no fim de ano o problema tende a se agravar.
Sem uma família equilibrada e uma educação de qualidade e atraente, que também promova o reconhecimento e valorização de alunos e profissionais, como a Educação Ampliada - Artes, cultura e esporte em horários ampliados para alunos da rede municipal, que existia nas escolas municipais de Vitória, o cenário futuro se mostra nebuloso.
Dados divulgados no relatório Jovens em Situação de Risco no Brasil, feito pelo Banco Mundial (Bird), apresentado em junho deste ano, revelam que o Brasil perderá até R$ 320 bilhões na próxima década se não investir nos jovens em situação de risco. O relatório considera como jovens pessoas entre 15 e 24 anos.
Um dos destaques do relatório, que pode ser acessado no site do Bird (
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www.bancomundial.org.br), foram os gastos públicos nesse segmento. Quando um jovem abandona a escola cedo, há a falsa idéia de que o Estado economiza, mas os números mostram que os benefícios perdidos, decorrentes da baixa escolaridade, são de R$ 755 milhões para cada geração de jovens.
Outro destaque é em relação à violência cometida por jovens. O relatório apurou que o Tesouro tem despesas diretas de R$ 478 milhões, durante toda a vida do conjunto de jovens envolvidos nesses atos. Os gastos com prevenção de delitos, prisões, julgamentos, reparações ao patrimônio e despesas médicas chegam a R$ 109,7 mil por jovem nesse período.
O percentual de 20% dos jovens com idade entre 14 e 15 anos que não estudam nem trabalham é mais um dado alarmante divulgado pela coordenadora do estudo, Wendy Cunningham, que confirma falta de perspectivas.
Só se constrói a igualdade e o futuro fortalecendo a matriz familiar e comunitária, e retomando as políticas públicas de sucesso em nossa cidade, como o Rede Criança e a Educação Ampliada, agindo em conjunto com os diversos segmentos sociais, que façam a ponte entre escola e trabalho.
Medidas urgentes para frear o processo de degradação infanto-juvenil, que ainda observamos hoje em vários locais de nossa cidade, são de fundamental importância para a promoção da igualdade social.
Data de Publicação: terça-feira, 27 de novembro de 2007
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